O
cara é bem bonito, tem um carro maravilhoso e ao invés de outras meninas,
escolhe você para um fazer um convite para jantar. Você aceita. Ele chega.
Você, toda bem vestida, perfumada, entra no carro e no som está tocando pagode.
Ou sertanojo. Ou brega. Você precisa tomar uma decisão rápida. Peça licença e
dê uma olhada nos outros cds ou dvds. Olhar clínico. Não, ele não se afasta
disso. É melhor simular um mal estar e voltar pra casa. Não vai dar certo. Bem,
não me imagino passar nem 30 segundos ouvindo esses gêneros. Não vai dar certo.
É uma questão de estética.
A
menina é linda, você está apaixonado, mas quer ir devagar, obedecer as regras.
Faz um convite para irem ao cinema. Ela escolhe o filme. Entram e somente
depois de apagar a luz, você dá conta que o filme é dublado. Com uma infinita
paciência, você explica que no cinema ao lado, o mesmo filme está passando, com
legendas. É melhor, ouvirmos as verdadeiras vozes dos atores, enfim, filme
dublado é para analfabetos funcionais. Opa, não diga isso. Ela ficará ofendida.
É grosseria. Melhor dizer que vai lá fora comprar uma pipoca. E ficar, lá fora,
mesmo, aguardando ela sair. Você diria que aproveitaria a ocasião para beijar
muito e nem dar bola para o filme. Não adianta. As vozes dos dubladores, os
mesmos dos filmes da televisão bloqueiam qualquer tesão. Não vai dar certo.
Questão de estética.
Você
devia ter reparado melhor. O tamanho dos bíceps, das panturrilhas, o pulso e a
tal da barriga negativa. Azar o seu. A menina é uma malhadora profissional.
Passa o dia de legging, meias grossas no tornozelo e tênis de ginástica. Cabelo
preso, pouca maquiagem. Ela malha. Seu assunto é malhação. Não pode ver um
colega que já começa a falar de pesos e aparelhos. Foi na meia maratona? E que
lugar chegou? E aparece, logo nessa hora, um professor da academia. Forte,
sarado, vestido com moleton ou camisa justa que acentua os músculos, recebe um
abraço pra lá de impactante, de sua garota. Ah, é apenas um amigo! E você a
imagina deitada em um aparelho, de costas, e ele ali, passando a mão pelo corpo
enquanto faz a contagem e a estimula. Não pode dar certo. Tudo tem um limite.
Ah, ele não lê nada? Jornal é coisa de velho. Nunca li um livro na vida. É
perda de tempo. O que eu vou fazer com um livro grosso desses? Me dá sono! Vou
logo avisando que não vai dar certo. E aquela que vive para o seu celular, ele
seu verdadeiro namorado? A conversa não engata, participa de mil grupos,
confere instagram, face, what’s up e mil outros. Seria melhor que você ligasse
para ela, para conseguir conversar. Achei engraçado. Será que é assim, mesmo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário