sexta-feira, 13 de outubro de 2017

FLIPA 2017

Neste final de semana, na Livraria Fox, na Dr. Moraes, acontece mais uma Feira Literária do Pará, promovida pelo grupo Pagés, de escritores paraenses. A idéia inicial foi de Salomão Laredo. Estou junto a ele, mais Andrei Simões e Roberta Spindler. Formamos uma turma bem heterogênea. Diferenças de idade e principalmente de estilo. Salomão vai no regional, como sabem. Eu vou no romance policial. Andrei escreve livros no gênero Terror e Roberta é da Ficção Científica. O que nos une é o amor pela escrita e a vontade de sermos lidos. Cansados de esperar um apoio que nunca veio, nem virá, ao menos até o ano que vem, quando a gente da Sectaria de Cultura sair, decidimos fazer por nós. Contamos com a ajuda crucial da equipe da Fox, comandada por Deborah Miranda, Marquinhos e Zé, única livraria da cidade a vender livros de autores paraenses. Nas demais, de cadeias nacionais, somos absolutamente desconhecidos, invisíveis. Oferecemos aos cidadãos, nossos trabalhos. Nossos e de todos os escritores da terra incluindo os que aqui realizam suas obras. Outra ajuda essencial é da Editora Empíreo, de Filipe Laredo, jovem editora e já corajosamente lançando novos autores. Fazemos mais uma Flipa, mesmo com o agravamento da crise nacional que atinge todos os setores e claro, mais fortemente a Cultura. Durante dois dias, todos os escritores que se apresentarem terão suas obras vendidas e estarão presentes para conversar com o público e assinar dedicatórias. Mas não queremos apenas para nós o reconhecimento do público. Nossos patronos são sempre grandes autores cujos livros já não estão mais à venda e que precisam que seus nomes sejam novamente homenageados, comentados, falados e sobretudo, suas obras sejam lidas. A escritora paraense, natural de Castanhal, Lindanor Celina é a patrona da Flipa 2017. Na tarde de sábado, na Fox, haverá o que chamamos de Garapa Literária, com Madelèine Bedran e João de Jesus Paes Loureiro falando sobre seu trabalho. E aproveito para dizer que Paulo Nunes, entre outros, aproveitará o relançamento de “Ponte do Galo”, de Dalcídio Jurandir para conversar sobre esses grandes nomes. Mais ainda, além de homenagear esses grandes escritores, também temos o Prêmio Fox/Empíreo, quando escolhemos entre previamente inscritos, o melhor romance de escritor estreante, apostando no futuro. E é uma vencedora, neste 2017, Giuliana Paixão com “Guardiões do Império”. Aposto que você não tinha idéia que havia jovens escritores no Pará, principalmente em gêneros como “Terror” e “Ficção Científica”. Aposto. Pois há. E um grande número de jovens comprando seus livros, atendendo a debates a respeito, todos muito interessados. Ano passado, mais de mil livros de autores paraenses foram vendidos. Uma beleza. Posso, como autor local, escrever a respeito. Um único livro meu foi vendido em Belém, em livrarias de cadeias nacionais. “Pssica”, meu ultimo trabalho, que obteve boas críticas no sul do país, veio, não por indicação dos vendedores locais que nada apitam sobre isso, mas meramente por esse brilhareco no RJ e SP. Vendidos os exemplares enviados para cá, agora somente por encomenda. E quem vai procurar livros de autores paraenses, que nunca estão presentes nas prateleiras? Exatamente para combater esse bloqueio à Literatura Paraense, que realizamos a Flipa. Fazemos por nós. Fazemos para convencer a UFPa, curso de Letras, a estudar a Literatura Paraense. Uma Universidade que não tem contato com a cidade em que está instalada, não é Universidade. É uma estrangeira. Que tal fazer algo diferente e neste sábado e domingo, visitar a Flipa? Estaremos aguardando.

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