Neste
final de semana, na Livraria Fox, na Dr. Moraes, acontece mais uma Feira
Literária do Pará, promovida pelo grupo Pagés, de escritores paraenses. A idéia
inicial foi de Salomão Laredo. Estou junto a ele, mais Andrei Simões e Roberta
Spindler. Formamos uma turma bem heterogênea. Diferenças de idade e
principalmente de estilo. Salomão vai no regional, como sabem. Eu vou no
romance policial. Andrei escreve livros no gênero Terror e Roberta é da Ficção
Científica. O que nos une é o amor pela escrita e a vontade de sermos lidos.
Cansados de esperar um apoio que nunca veio, nem virá, ao menos até o ano que
vem, quando a gente da Sectaria de Cultura sair, decidimos fazer por nós.
Contamos com a ajuda crucial da equipe da Fox, comandada por Deborah Miranda,
Marquinhos e Zé, única livraria da cidade a vender livros de autores paraenses.
Nas demais, de cadeias nacionais, somos absolutamente desconhecidos,
invisíveis. Oferecemos aos cidadãos, nossos trabalhos. Nossos e de todos os
escritores da terra incluindo os que aqui realizam suas obras. Outra ajuda
essencial é da Editora Empíreo, de Filipe Laredo, jovem editora e já
corajosamente lançando novos autores. Fazemos mais uma Flipa, mesmo com o
agravamento da crise nacional que atinge todos os setores e claro, mais
fortemente a Cultura. Durante dois dias, todos os escritores que se
apresentarem terão suas obras vendidas e estarão presentes para conversar com o
público e assinar dedicatórias. Mas não queremos apenas para nós o reconhecimento
do público. Nossos patronos são sempre grandes autores cujos livros já não
estão mais à venda e que precisam que seus nomes sejam novamente homenageados,
comentados, falados e sobretudo, suas obras sejam lidas. A escritora paraense,
natural de Castanhal, Lindanor Celina é a patrona da Flipa 2017. Na tarde de
sábado, na Fox, haverá o que chamamos de Garapa Literária, com Madelèine Bedran
e João de Jesus Paes Loureiro falando sobre seu trabalho. E aproveito para
dizer que Paulo Nunes, entre outros, aproveitará o relançamento de “Ponte do
Galo”, de Dalcídio Jurandir para conversar sobre esses grandes nomes. Mais
ainda, além de homenagear esses grandes escritores, também temos o Prêmio
Fox/Empíreo, quando escolhemos entre previamente inscritos, o melhor romance de
escritor estreante, apostando no futuro. E é uma vencedora, neste 2017, Giuliana
Paixão com “Guardiões do Império”. Aposto que você não tinha idéia que havia
jovens escritores no Pará, principalmente em gêneros como “Terror” e “Ficção
Científica”. Aposto. Pois há. E um grande número de jovens comprando seus
livros, atendendo a debates a respeito, todos muito interessados. Ano passado,
mais de mil livros de autores paraenses foram vendidos. Uma beleza. Posso, como
autor local, escrever a respeito. Um único livro meu foi vendido em Belém, em
livrarias de cadeias nacionais. “Pssica”, meu ultimo trabalho, que obteve boas
críticas no sul do país, veio, não por indicação dos vendedores locais que nada
apitam sobre isso, mas meramente por esse brilhareco no RJ e SP. Vendidos os
exemplares enviados para cá, agora somente por encomenda. E quem vai procurar
livros de autores paraenses, que nunca estão presentes nas prateleiras?
Exatamente para combater esse bloqueio à Literatura Paraense, que realizamos a
Flipa. Fazemos por nós. Fazemos para convencer a UFPa, curso de Letras, a
estudar a Literatura Paraense. Uma Universidade que não tem contato com a
cidade em que está instalada, não é Universidade. É uma estrangeira. Que tal
fazer algo diferente e neste sábado e domingo, visitar a Flipa? Estaremos
aguardando.
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