sexta-feira, 29 de julho de 2016
A MÚSICA PREFERIDA DE SEUS ARTISTAS FAVORITOS
Certo,
você tem seus cantores e músicos preferidos, mas quais as músicas deles que
você considera perfeitas, as preferidas? É difícil, bem difícil e as músicas e artistas que citarei, tenho
certeza que me escaparão várias outras. É que escrevi algumas semanas atrás
sobre “This guy’s in love”, com B.J.Thomas, que a amiga Yvonne Mello postou em
seu facebook. Uma torrente de lembranças me veio. E olha que o B.J. nem é assim
um tão preferido, meu, como Caetano Veloso, por exemplo, um dos heróis da minha
geração. Dele, curiosamente, além de “Terra”, creio que minha música preferida
é “Paisagem Útil”, a primeira que ele compôs pensando na Tropicália. A primeira
pessoa a ouvir foi Paulinho da Viola, que também morava no chamado Solar da
Fossa, na entrada de Copacabana. E de Paulinho? Mesmo com todas as outras,
gosto de “Sinal Fechado”. E se há Caetano, há também Gilberto Gil, claro,
genial, de quem adoro “Eu preciso aprender a só ser” ou mais especificamente a
gravação de “Marginália II”, que ele regravou no recente trabalho em dupla com
Caetano. Gosto da exclamação “Ah!”, depois de cantar “aqui é o fim do mundo”.
Ela soa como um susto, talvez lamento em uma letra sensacional, melodia e a
orquestração inacreditável de Rogério Duprat. Gosto de Roberto Carlos em
“Detalhes”. Gosto de Chico Buarque também e dele, que absurdo escolher uma, sei
lá, “Vitrines” é bem legal, “Joanna Francesa”, e em parceria com Edu Lobo,
“Beatriz”. Gosto de Fagner cantando “Asa Partida”, de Belchior em “Como nossos
pais”, de Luiz Melodia em “Pérola Negra” e de Gal Costa em “Dê um rolê”. Gosto
de Maria Bethânia declamando Fernando Pessoa em “Rosa dos Ventos”. E dos
internacionais que fizeram minha cabeça desde cedo? Dos Beatles, gosto de “It’s
only love” entre centenas e “A day in life”. Dos Rolling Stones, “Connection” e
“Brown Sugar” também entre tantas. Janis Joplin abriu minha cabeça para a
emoção e dela adoro “Maybe”. E de Jimi Hendrix, meu grande herói? Curiosamente,
gosto de sua interpretação de “Like a Rolling Stone” no Festival de Monterrey
onde chega, desconhecido, afina a guitarra e assombra toda a plateia, além é
claro “Little Wing”. Gosto de “Stairway to Heaven” com Led Zeppelin, gosto de
“And You And I” do Yes, de “21st Century Schizoid Man” do King Crimson, a maior
banda do mundo, de “Entangled” do Genesis, de Johnny Rivers cantando “It’s too
late”, Mamas and the Papas em “I saw her again”, dos Monkees em “Pleasant
Valley Sunday” e ia esquecendo, Bob Dylan em “Like a Rolling Stone. Dessa
gravação, lembro de estar andando pelas ruas de San Francisco, procurando uma
loja de discos, quando ouvi no walkman, tocando em uma rádio, a música.
Sózinho, estrangeiro, como uma rolling stone naquele instante, ouvir aquilo foi
especial. Gosto de Françoise Hardy em “Comment te dire adieu”. Gosto de
Emerson, Lake & Palmer em “From the beginning”. Gosto do Black Sabbath em
“Paranoid”, de Grace Jones em “La vie en rose”, de Donna Summer em “This time I
know is for real”, Trammps em “Disco Inferno”, de Tim Maia em “Gostava tanto de
você”. Considero especial “Lugar Nenhum”, dos Titãs. Como é incrível a
lembrança sensitiva que a música nos proporciona. Estava em Paris e ouvi em
dois dias diferentes, ao entrar em uma loja, tocar “Lovefool” dos Cardigans,
que nem é minha preferida. Ficou sendo. A lembrança. Puxa, faltou tanta coisa.
Faltou jazz! Me deu vontade de lembrar com vocês, a quem sugiro também a mesma
coisa.
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